Garimpar vinil de forma presencial ou virtual, é um desejo contínuo de colecionadores assim como eu. A busca por raridades para completar a sua coleção ou para implementar o seu set de DJ é constante, mas nem sempre acaba como gostaríamos. Muitas vezes aquele álbum que procuramos se tornou tão raro, que os preços acabam inviabilizando o sonho de possuí-lo.
O selo Somatória do Barulho, responsável por relançamentos caprichados de discos em vinil como “Rap é Compromisso” e “Sabotage – Álbum Póstumo” do rapper Sabotage, “Evolução é uma Coisa” do RZO, “Eu Tiro é Onda” do Marcelo D2, entre outros títulos, criou um sub-selo no ano de 2014 chamado Candonga, com o intuito de resgatar compactos antigos de clássicos nacionais (alguns ainda obscuros) da década de 60 e 70, que até então eram raros, e relançá-los em vinil.
Ao todo foram lançados 8 compactos em vinil 7” 45RPM: Toni Tornado “Podes Crer Amizade”, Wilson Simonal “Brasil eu Fico”, Miguel de Deus “Black Soul Brothers”, Grupo Arembepe “Rosa Mulher” e “Iaiá / Lá na Esquina”, Daniel Salinas “Tenha Fé Depois Amanhã”, Marisa Rossi “Cinturão de Fogo” e João Luiz “Sambarê / Super Mulher”. Os dois últimos fazem parte da coluna Meus Discos de hoje.
MARISA ROSSI – 7” CINTURÃO DE FOGO
A cantora mineira Marisa Rossi foi vencedora da edição do programa “A Grande Chance”, comandado por Flávio Cavalcanti no ano de 1965. Alcançou uma certa notoriedade nesse período e lançou em 1970 um compacto pela Copacabana contendo a faixa “Cinturão de Fogo”, escrita por Paulo e Fábio Imperial. Teclados carregados, backing vocals reverberados e guitarras psicodélicas estão presentes nessa faixa.
Relançado em 2014 pelo selo Candonga, o novo compacto vem também com uma faixa nunca antes lançada em vinil. O single “Deixa eu te Amar”, presente no LADO B, é dançante, cheio de groove e balanço. Um disco necessário.
Confira abaixo “Cinturão de Fogo” e “Deixa eu te Amar”, por Marisa Rossi:
JOÃO LUIZ “SAMBARÊ / SUPER MULHER”
O compacto lançado pelo cantor e compositor João Luiz em 1974, contendo os singles “Super Mulher” e “Sambarê”, contou com a participação da banda Azymuth, como apoio para a gravação das duas músicas. Faixas carregadas de funk, soul, groove, swing e baterias cheias de breaks. Não preciso nem dizer que esse também é um disco que não pode faltar na sua coleção.
Confira abaixo as faixas “Super Mulher” e “Sambarê” por João Luiz:
Ainda é possível encontrar algumas cópias da coleção de compactos lançados pelo selo Candonga em lojas virtuais e físicas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, mas vai ser necessário garimpar.