Bastardos malcheirosos sem eira nem beira, ou o orgulho musical de uma região (país)? O Eyehategod é muito dos dois: são mitos fundadores do cultuado subgênero “sludge da Lousiana”, e ao mesmo tempo uma das formações mais sujas e malditas que o som pesado já viu nascer (e que se notabilizou como fundamental dentro de seu estilo justamente por essas características à primeira vista depreciativas, que os tornam a real corporificação do “espírito sludge”, aquilo que todo conjunto dedicado a essa forma desgraçada de fazer música gostaria de ser). Pois bem: depois de sete anos longe dos estúdios, e inclusive com o vocalista Mike IX Williams encarando nada menos que um transplante de fígado nesse meio tempo, essa legenda da música disforme está de volta. O novo álbum, “A History of Nomadic Behaviour”, sai dia 12 de março via Century Media; logo abaixo você confere dois temas que nele estarão presentes: “High Risk Trigger”, primeira faixa de trabalho divulgada no último mês de dezembro, e “Take What’s Yours”, postada hoje no canal oficial da gravadora.
Palavras do vocalista sobre a composição: “Take What’s Yours” é o segundo single do novo disco, e trata-se de uma pura e completa porção de fala/pregação anti-autoritária fixada em um riff tão fraternal que só poderia ter nascido nas sujas ruas de Nova Orleans. Mal podemos esperar para que todos escutem o álbum completo, mas, por ora, coloquem suas máscaras de gás, fechem as portas, fiquem em casa e OUÇAM!”. A respeito do disco, Williams declarou: “Não somos uma banda política, mas foi difícil não ser afetado pelas notícias veiculadas no último ano. Durante o processo de gravação, pensei muito sobre o quão estúpida a humanidade se tornou, e como os EUA estão divididos por essas pessoas que não acreditam em ciência e que creem cegamente em mentirosos e em suas ideologias sem sentido. Alguns desses sentimentos estão presentes nas canções, mas na maior parte do tempo de forma subliminar”.
Outros fatores também influenciaram o clima geral da obra: “Ralamos nossa bunda sem parar por três anos em turnês sucessivas… É basicamente daí que surgiu o “A History of Nomadic Behaviour”. Mesmo a operação a qual o cantor se submeteu foi à sua maneira determinante: “A morte é parte da existência, um constante jogo de dados. Às vezes você encara a vida como ela é; em outros momentos, apenas luta para permanecer respirando”.
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