RESIST CONTROL PARTE ll: ENTREVISTA COM O VOCALISTA DANIEL AZULAI BITTENCOURT



Redes sociais estão aí pra isso: a publicação de um texto sobre o Festival Juntatribo, cujo maior destaque foi o arrasador desempenho do quarteto curitibano Resist Control, lançou a deixa para recebermos, via Instagram, o contato agradecido do vocalista Daniel Azulai Bittencourt, que hoje vive nos EUA, trabalha como locutor e há tempos bastante distante da rotina musical. Então, a ideia pintou quase que de imediato: por que não uma entrevista com ele, para nos contar um pouco mais a respeito desse grupo à época tão promissor, sobre sua trajetória e fim, assim como aproveitar para falar um tantinho de sua vida pós-RC? Tudo enfim acabou tomando forma, e o resultado desse bate-papo você lê a seguir!

Monophono: Me lembro de vocês e do Poindexter como revelações rapcore no início dos anos 90. Como vocês chegaram a esse estilo? O rap propriamente dito chegou a ser uma influência direta, ou eram mais as bandas que misturavam rap e rock que faziam a cabeça do grupo?

Daniel: Nos anos 90 o Resist Control veio de uma banda que era de uns amigos, eu não cantava, não tinha nada de banda, eu ia junto com uma filmadora e filmava os caras. Na verdade quem cantava nessa banda que ainda não se chamava Resist Control era o Guilherme do Boi Mamão, era um mix entre ele, o cara que tocava guitarra com a gente no começo, o Vitório e eu era o amigo que ia junto, filmava, ia nos shows dos caras, carregava instrumentos, aquele que todo mundo conhece. Nessa época pintou Faith no More, Primus, Urban Dance Squad… minha tia veio uma vez pros EUA e gravou assim, sei lá, umas 6 fitas daquelas SLP, tinha material pra caramba da MTV, e foi ai que eu conheci Faith no More, Urban Dance Squad… ela foi num show do Janes Addiction, foi num show de uma galera, trouxe fita pra mim do Red Hot… Logo depois tive a oportunidade de fazer um intercâmbio nos EUA, foi o último ano da High School e acabei conhecendo essa cena toda, essa mistura, naquela época tinha a Epitaph (naquela época não, tem até hoje)… era o Bad Religion, NOFX, Pennywise… eu morei num lugar bem horrível aqui nos EUA, bem racista, no sul dos EUA, praticamente do lado onde nasceu a KKK, no Arkansas, e acabei visitando uns amigos e descobrindo esses estilos de som e misturando tudo junto com o que eles estava fazendo lá. Quando eu voltei o Guilherme já tinha saído dessa banda, estava tocando no Boi Mamão e os caras me convidaram pra tocar no Resist, porque eu falava inglês. Basicamente isso. A gente curtia RAP sim cara, mas nunca foi o mais power. Eu acho que uma das coisas que mais influenciou na época foi realmente Faith no More, e Rage Against the Machine, mas curtia também Public Enemy, De La Soul, N.W.A… mas não era assim a vertente. Era mais rock e som pesado, acho que o rap entrou um talvez pouco mais pela influência do Rage Against the Machine, até pelo fato que eu não sabia cantar e as vezes ficava um pouco mais fácil rimar ou enfim, essa brincadeira era legal naquele começo.


Foto por Guilherme Adelmann

Monophono: O Resist Control iniciou as atividades cantando em inglês, para depois passar ao Português, ganhando com isso potência e personalidade. Como foi essa transição? Rolou algum estranhamento?

Daniel: Exatamente. Eu fui meio convidado eu acho, tanto pelos caras serem meus amigos e também porque eu falava inglês, as bandas que a gente gostava cantavam em inglês, e era complicado fazer uma coisa que não ficasse brega, tudo soava meio brega pra quem cantava som pesado nessa época, tanto que quando Raimundos chegou com aquele repente, com aquela maneira de cantar, pra mim foi bem transformador. Eu lembro que eu tive a oportunidade de escutar o Raimundos com o Miranda, no primeiro disco, eu fui lá no Mosh em SP, escutei naquelas caixas altas… putz, na hora que eu escutei o primeiro som do Raimundos, eu falei “caraca mano, é possível fazer uma história sem virar brega”. A nossa referência  sempre foi, sei lá, as bandas das antigas dos anos 80, era outra pegada, uma outra maneira de cantar e ali acho que ficou bem claro que daria pra fazer outras coisas. Hoje mesmo estou bem desligado das bandas em Português, mas de vez em quando escuto alguma coisa, sei lá no instagram…eu falo nossa, mas isso é Português? Você vê que a pessoa faz toda essa transição de voz, a maneira que canta. Enfim, eu trabalho com voz então pra mim foi super interessante ver isso. Com certeza, eu acho que quando a gente virou, quem curtia o nosso som, mais a galera do underground, muita gente nos criticou, o que eu entendo totalmente né, é aquela coisa… sempre vai ter… sempre quem descobriu a banda antes, sempre o primeiro disco vai ser melhor. Isso é um fato. É legal, mas aquele primeiro era o real… enfim, eu posso aplicar isso em trocentas bandas, nunca vai ser igual. Logicamente quando você muda de idioma, fica muito mais na cara. Eu gosto mais até. Mesmo morando nos EUA, faz bastante tempo, eu escuto as músicas em inglês, eu tenho uma dificuldade, lógico que eu entendo o que os caras estão falando, mas o Português pra mim ainda é minha língua mãe… pra ler em Português é outra pegada, pra escutar som em Português é outra pegada, então ia causar algum tipo de estranhamento de qualquer maneira.


Monophono: Duas participações em coletâneas (Alface e Paredão), e mais um disco completo (Cesariana). O que faltou para a banda ter mais material registrado? Compor para o Resist Control era um processo mais demorado?

Daniel: Sim, a gente teve até mais umas outras participações em coletâneas com as mesmas músicas e a gente tem um segundo disco cara, que eu acho que quase ninguém conhece, porque quando a gente gravou o segundo disco acabou a banda. É um disco bem pesado, nem sei se eu tenho aqui. Mas é um disco de 10 música, tem participação do DJ Primo, que inclusive tocou com o Marcelo D2, integrante da banda Blackout junto ao Bill e o Jonathan. Bom, se eu achar aqui posso passar pra vocês também. Mas realmente tinha uma dificuldade de composição, era uma coisa mais demorada mesmo. Tem gente que faz um milhão de música né. A gente tocava, trabalhava, estudava, não era uma coisa muito… várias das músicas surgiam na hora do estúdio assim, principalmente na parte de letra eu era muito vagabundo. Tinha letra que eu começava no estúdio, pra você ter uma noção.

(Segundo álbum do Resist Control – 1999)


Monophono: Virou até um certo clichê falarmos da “cena de Curitiba dos anos 90”, por sua abrangência, originalidade e disposição. O que havia de mais especial naquela galera toda, pra você que viveu isso?

Daniel: Cara, aquilo ali foram várias triggers assim na verdade. Em 92 pra 93 fiz essa história de morar fora, quando eu estava fora eu lembro que já me avisaram… estão lançando vários compactos do Junior do 92, eu acho que esse cara junto com o Abonico, jornalista da Gazeta do Povo, Fabiano Camargo, Manoel Neto, Digão, os jornalistas do Rio Júlio Adler e Marcos Bocayuva, foram algumas peças que deram essa levantada na cena de Curitiba. Esses caras juntos conseguiram fazer um movimento, conseguiram botar as bandas nas capas dos jornais, tinham matérias sobre as bandas… tanto que quando mudou essa turma, a cena deu uma caída legal assim sabe. Curitiba é uma cidade que tinha muita banda cover, tinham as bandas autorais dos anos 80, mas não tinham essa exposição. O Brasil queria uma nova cara, a MTV estava ali também, novas bandas. Acho que foi um movimento meio generalizado. Curitiba era uma cidade fria, então tinha aquela coisa de som pesado, e ao mesmo tempo tinha uma pegada meio Garage Indie Inglês. Também acabou virando um ponto de cena Hardcore Melódico e Hardcore NY, Adjustment, Anões de Jardim, o próprio Pinheads influenciou muita gente. Uma das pessoas que mais nos ajudou no começo da banda foi o Leandro Dora, o Grilo, dono da Cruel Maniac, uma marca de roupas de Skate/Surf Hardcore wear com muita personalidade. Quando gravamos a primeira demo, saímos do estúdio direto pra casa dele. Nunca tinha falado com ele, mas admirava muito o que ele fazia. Mostrei as musicas dentro do carro e ele se amarrou de primeira. Ali nasceu uma ideia que virou o primeiro show da banda num festival que criamos chamado “Chacina”, que teve algumas edições durante o verão no litoral Paranaense. A Chacina se tornou um dos maiores festivais de musica do sul do Brasil. Ratos de Porão, Garage Fuzz, Os Cabelo Duro, Pinheads, Oz, Monkeybrain, etc. tocaram por la. A Cruel Maniac foi a nossa patrocinadora durante todo tempo de banda e fez essa ponte do nosso som com o skate e surf. Foi uma parceria incrível! O Grilo é um dos melhores técnicos de surf da atualidade. Depois de alguns anos sem nos encontrarmos, tive a oportunidade de reconectar com eles numa viagem pra Indonésia em 2015, onde fomos fazer um vídeo do seu filho Yago Dora, um dos surfistas mais sinistros da elite do surf mundial. Tivemos muita sorte nessa conexão.


Foto por Guilherme Adelmann

Monophono: Muitos desses nomes curitibanos foram ao Juntatribo. Podemos considerar o festival como um divisor de águas na carreira do RC?

Daniel: Com certeza. Nós começamos em 93 e o Juntatribo foi em 94. Não tínhamos nem 1 ano de banda, a gente já tinha tocado no Festival BHRIF em BH, Festival Superdemo no Rio, que foram um divisor de águas e o Juntatribo que com certeza foi… 


Monophono: Um palco quebrar não é ocorrência comum. Você se recorda daquele momento? Rolou um desespero, achou que cancelariam o evento, ou o astral de congregação transformou o acontecido em festa também?

O palco quebrou, foi um episódio que na hora foi horrível, você vê as guitarras dos teus amigos quebradas em baixo do palco, ninguém sabia muito das coisas, todo mundo muito doidão, e várias bandas ficaram acavaladas pro outro dia, todo mundo olhando a gente meio torto né cara, na hora não foi muito legal, mas não tem como não falar que acabou sendo uma publicidade positiva, porque depois acabaram nos chamando para vários festivais, queriam ver a banda que quebrou o palco do Juntatribo… na verdade não foi a banda, alguém que subiu no palco, muita gente subiu no palco e perdeu-se o controle. Na hora rolou um certo desespero momentâneo, um monte de gente pra tocar depois. Você imagina, vem de longe pra tocar, alguém berra no microfone (é bom dizer que não foi eu que berrei…rs), mas enfim, isso não faz diferença… a parada aconteceu e é isso ai. Tá tudo beleza. Estamos todos vivos, a maioria dos que estavam lá, saudades daquela época, não tinha rede social, as pessoas podiam curtir o lugar sem tirar fotos ou filmando.

 


Monophono: Vocês participaram de alguns shows grandes, e tiveram boa veiculação na MTV da época. Em algum momento o RC chegou a colocar os pés no mainstream? 

Daniel: Cara, quase. Eu acho que quase. Eu acho que nosso som não era pra mainstream, não era um som radiofônico… tivemos uns momentos de gravar pela EMI, de gravar pela Banguela, de tocar nos festivais bacanas, de ficar nos hotéis bacanas, mas assim… era muito underground, não tinha como viver de som naquela época. Aquele momento que você tem que dar aquele pulo. Quem não mora no Rio ou em SP, tem que pegar as malinhas e ir pra lá, morar a galera junto e enfim, acreditar no negócio. Eu acredito muito nessa história de vibe né… de estar na mesma vibe, de estar no mesmo sonho, de fazer as mesmas coisas, mas a gente não chegou no mainstream não. Fizemos alguns programas de rádio, de TV,  e era o que tinha naquela época era isso ai, ou era o underground ou você é  mainstream, o sonho era assinar com uma gravadora, mas era isso. Hoje em dia tem vários levels, tem casa de show pra 50, pra 100, pra 300, pra 500, pra 1000, dai você se adapta conforme você consegue fazer isso. Eu tive a oportunidade de trabalhar como tour manager pros Mutantes uma época, eu fiz uma tour deles pela Europa e eu vi bem de perto isso, eu tive a oportunidade de ver eles tocando no Glastonbury, num festival gigantesco, um dos maiores do mundo e tocando num lugar super pequeno, uma banda banda super conhecida na Italia, com 40 graus às 10 da noite e uma galera pirando… e se você botar a banda na casa errada,  no dia errado, você vai ter a casa vazia, mais ou menos isso.


Foto por Marco Felipe

Monophono: Existiu um fim propriamente dito do Resist Control? Vocês chegaram e falaram “a banda não existe mais a partir de hoje”, ou aconteceu de as coisas esfriarem até vocês pararem de vez?

Daniel: Foi num momento em que lançamos o segundo cd, estava todo mundo meio perdido, uns saindo da faculdade, outros trabalhando, e precisando de dinheiro, tivemos aquela conversa de tocar em bar, fazer uns shows menores e tocar mais vezes por semana, outros não, fazemos fazer uma vez por mês só, e dai acabou que o baixista saiu da banda na época, continuamos amigos até hoje, sou bem amigo dele, precisamos substituir o baixista na época mas teve um GAP ai no meio, e acabamos perdendo o timing, ficou de muito dedo “vamos fazer teste”… aí o cara vinha e acabou não aparecendo, era pra ter participado e faltou o ensaio, enfim, perdeu-se o timing, com o disco na mão, e teve uma hora que não deu, passou. Foi bem na época que a internet estava explodindo, bandas como Queen Of Stone Age, System Of a Down, que tinham uma mesma levada do som que nós fazíamos, estavam por cima da carne seca e nós perdemos esse timing.


Monophono: Levar uma carreira profissional juntamente à música, como é? Existiu de sua parte a ambição de tornar-se um músico “full time” em algum momento? 

Daniel:  Gostaria de viver de música… eu até hoje faço a mesma coisa… não em música, mas eu permaneço em frente ao microfone, eu sou locutor comercial, trabalho com a minha voz, sempre de alguma maneira a música me levou a isso, porque nessa época, a gente estudava, as pessoas faziam estágio, outras trabalhavam, e a gente não conseguia fazer muito isso, porque estava viajando e não tem muito como você explicar pro seu professor ou pro seu patrão, que você é diferente né, e gostaria, não sei se músico full time, até porque nem toco, eu brinco de guitarra, toco batera de vez em quando, mas era mais o lance da banda mesmo, um sonho da banda, de estar junto, de fazer história, de poder cantar uma música legal, que leva uma mensagem legal, que leve alegria pra galera, que leve algum tipo de sentimento, eu acho que é isso. 


Foto por Guilherme Adelmann

Monophono: Depois do Resist Control, você participou de algum outro projeto musical mais constante?

Daniel: Não. Eu fiz som com algumas pessoas, comecei a tocar guitarra depois do fim da banda, fiz som com alguns amigos, adoro fazer jams, participei de algumas coisas eletrônicas também, acabei curtindo fotografia, acabei dirigindo um vídeo de um amigo, que me chamou pra fazer algumas vozes na música dele, e eu estava fazendo locução na época, daí nessa já comecei a girar uns botões de sintetizadores e cantar no megafone. Acabei fazendo uns projetos que é o BR909, na época com o DJ Ilan e DJ Rafael Araujo e mais constante mesmo não. Já participei de alguns discos de bandas fazendo backing vocal, esse tipo de coisa, mas em si mesmo não. Adoraria, mas tem coisas que a parte do timing mesmo né, aquilo ali acho que foi uma época. Hoje eu toco em San Francisco/CA com 3 amigos meus, estou tocando bateria no momento (nesse momento não por causa da pandemia), mas fiz um amigo brasileiro num show do Rodrigo Amarante, e acabou virando uma turma, onde somos todos amigos, as mulheres inclusive, a gente viaja tudo junto e faz esse som que é uma vez por semana… eu comecei tocando baixo, depois guitarra e agora estou na bateria. Nem imaginava tocar bateria na minha vida, toco super mal, mas é o nosso futebol.


Monophono: Vocês tentaram reformar a banda, depois que ela chegou ao fim? A ideia de retorno é plenamente descartada hoje em dia, ou ainda podemos ter certa esperança?

Daniel: A gente tentou, como falei na pergunta ali acima, tentamos com uma pessoa, com outra, perdeu-se o timing, cada um começou a fazer uma história, na época eu tinha um programa de televisão e de rádio, então eu tinha meu tempo bem comprometido, o outro já trabalha não sei onde… cada um começou a fazer a sua correria, a gente perdeu o timing. A ideia de retorno é descartada, imagino que sim. Não tem como dizer, até porque fisicamente eu não moro lá né, eu moro 13 anos fora, galera foi pra direções diferentes, eu acho bem difícil de voltar… praticamente impossível.  Se um dia talvez eu estiver por lá, ficar um tempo, voltar a morar (o que não é a vontade nem ideia nesse momento), talvez se reunir e fazer um som um dia. Mas eu acho bem difícil. Nesses 13 anos fizemos um ensaio uma vez, foi legal, mas eu acho que é algo mais pra gente mesmo, fazer para os amigos. Se for pra acontecer, será naturalmente e esporadicamente, sem planejar. Tenho quase certeza disso.


Monophono: O que ficou pra sempre dentro de você, quando se fala do Resist Control?

Daniel: Uma época muito legal da minha vida, onde fiz muitos amigos, em SP, Rio, Brasilia, Porto Alegre, acredito que a vida da gente ela é marcada… o dia a dia da gente, a gente não lembra mais né, porque você não sabe se você fez isso o mês passado, ou setembro de tal ano, e eu acho que quando você tem uma banda, os amigos e esses festivais, eu lembro exatamente que o Juntatribo foi em Setembro de 94, então esses momentos começam a marcar a sua vida. Ficou dentro de mim a amizade, as pessoas que conhecemos pela estrada, eu sempre fui uma pessoa muito tímida e quando eu subia no palco eu meio que tinha que me transformar pra tirar a minha timidez e acabava meio que virando não sei se era raiva ou um excesso de animação. Hoje em dia a pegada é outra, você tem Instagram, tem um monte de gente filmando você o tempo inteiro, teu som tá lá no Youtube depois que acaba o show, já não sei se é bom ou se é ruim, não sei se eu me acostumaria com isso hoje, mas a gente formou uma família ali. A minha profissão hoje em dia eu devo à banda, porque eu peguei um timing de não estar trabalhando na empresa x e y e acabei usando a minha voz pra fazer o que eu faço até hoje, que é locutor musical. Ficaram boas lembranças, de perrengues gigantescos, de momentos bacanas, cheio de gente nos shows, de shows vazios… você aprende a lidar com isso, a ter humildade, a precisar se impor quando se precisa. Uma série de coisas que você aprende, a banda é uma escola, você aprende de marketing, aprende como se divulgar, naquela época era tudo com carta, com filipeta, fazia turnê na Argentina com fax… você tem que se virar e aprender a fazer de tudo… ia na MTV, ficava lá na porta, chegava lá às 7h da manhã, pegava ônibus à meia-noite… quando você trabalha e você tem um produto legal, você vai ter resposta. Pra mim só ficaram boas vibes. Quando volto pra Curitiba rola uns flashbacks, os amigos mais velhos hoje em dia, os filhos tocando, curtindo… enfim, acho que foi uma parte legal da galera naquela época. No final das contas, a banda me trouxe vários amigos pra vida toda. Até hoje, mesmo que distantes, somos uma família.

 

 

 

 

 

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