Andy Rourke, baixista dos Smiths, faleceu aos 59 anos, vítima de câncer no pâncreas. Natural de Manchester e com extensos serviços prestados à música inglesa, o instrumentista vivia em Nova York desde a primeira década dos anos 2000, e dividia as atividades com bandas entre trabalhos de DJ e serviços para rádios do East Village.

Ofuscado pelas figuras de Morrissey e Johnny Marr, divas que tensionavam ao limite a relação de amor/ódio entre guitarrista e vocalista (algo tão tradicional em bandas de Rock desde o início dos tempos) e que conduziam, com vaidade exacerbada e por entre altos e baixos, os rumos do grupo até seu fim, Rourke seguia uma tradição de baixistas que, juntamente a contemporâneos como Peter Hook e Simon Gallup, não fazia apenas a base das canções, e sim ditava sua completa melodia – fraseados que privilegiavam os agudos, até certo ponto de levada complexa, e que ajudaram a transformar o pós–Punk e os primeiros passos do Britpop em algo personalíssimo e irreprodutível. Linhas como a de “This Charming Man” ou a de “The Boy With The Thorn In His Side”, são por si só parte da história da música, e mostram que unir eficiência, talento, discrição e elegância não é utopia.